terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nunca regressámos ao futuro

Há por aí uma trilogia cinematográfica com um título feliz, Regresso ao Futuro.
Como se fosse possível regressar a um sítio/tempo onde nunca estivemos. Esse passo pertence a pouco génios ou a muitos loucos.
Para nós portugueses já é difícil passar pelo presente, penoso, demasiado curvado com o peso do passado, quanto mais regressar ao futuro.
A ideia de que o presente já é passado, de que nada nos fica, porque demasiado rápido é falsa no nosso país mental.
Para nós tudo é passado, nunca futuro. Vivemos num presente alicerçado no que já foi, e nunca no que poderá ser.
As respostas de Sócrates no Parlamento (a semana passada) indicam-nos isso mesmo. Sócrates importa-se pouco com o que faz, ou com o que poderia fazer. Sócrates importa-se com o que os outros fizeram, e nesse aspecto diz que já está a fazer muito. E este é o cancro da democracia portuguesa. Governamos para provar que somos melhores que os que nos antecederam, e não para servir o presente, e o futuro.
Bruno Paixão, no jogo de Domingo entre Sporting e Porto. Mau, péssimo, ou simplesmente normal, usual, como de costume. Estamos habituados. Os árbitros portugueses são maus, ponto.
A Liga nada faz, não quer ou não pode. A Fifa descobre agora uma nova solução, mais dois árbitros. Como se 4 não fossem já suficientes. É preciso dar de comer a estes tipos! E o regresso ao futuro? A utilização de novas tecnologias, o uso de imagens (ao estilo do futebol americano)?
Nós portugueses preferimos chafurdar na informação passada, leram o currículo de Bruno Paixão nos jornais de ontem e hoje? Preferimos explicar o presente com base no passado, esquecendo o futuro, e nada fazendo para alterar o presente.
Regressar ao futuro foi a sina e a sorte de McFly, nós, moscas mortas voamos para trás. E ali nos ficamos.
O futuro é uma hipótese para uns, para nós ficção científica.
Preferimos a modorrinha, o fio condutor circular que liga o passado ao presente. E, admito-o, ficamos contente com tal facto.

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